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ציונות |
Parafraseando Sigmund Freud, quanto
menos alguém sabe sobre o passado e o presente, mais inseguro será o seu juízo
sobre o futuro. Baseado nos argumentos de Freud, a cultura é imposta a uma
maioria por uma minoria que soube apropriar-se dos meios de poder e coerção.
Conhecer o passado é um aspecto
fundamental da natureza humana, através desse conhecimento entendemos como
ocorreram todos os desenvolvimentos socioculturais. Baseamo-nos em
erros e acontecimentos de épocas anteriores, e aprendemos com isso, ou até tiramos proveitos de certos conceitos, que ainda podem ser
aplicados hoje. Somos obrigados a repensar os valores impostos por todos
aqueles que influenciaram nossa cultura.
Partindo
das máximas citadas nos dois primeiros parágrafos iniciarei uma série de
artigos, no qual relatarei a história do povo judeu não sionistas e sionistas,
assunto complexo e de suma importância para você entender os bastidores de um poderio manipulador que exerça uma coerção da sociedade atual.
O assunto é
complexo, demandará enorme tempo e estudo pragmático sobre o tema, não poderei
falar sobre isso de qualquer forma e sem nenhum preparo, o assunto além de
sério é perigoso, pois a mesma arma utilizada contra Hitler poderá ser
utilizada contra mim, a arma que falo nada mais é que o Holocausto e essa arma
que os Judeus sionistas se utilizam para se manter com todo o poder e coerção
sobre toda a sociedade.
Dividirei
os artigos em 13 partes como segue:
- Síntese da História Judaica;
- Cronologia da História Judaica;
- Isaque e Ismael;
- Judaísmo como religião;
- Judaísmo como povo;
- Judeus Sionistas e não Sionistas;
- Antissemitismo;
- Hitler e o judaísmo;
- O Holocausto uma arma poderosa utilizada pelos JUDEUS;
- O Protocolo dos Sábios de Sião;
- O controle do sistema financeiro, midiático, político e religioso;
- Vídeos sobre o sionismo judaico;
- Considerações finais do autor.
PARTE I
Síntese da
História Judaica.
Segundo as escrituras hebraicas do antigo testamento,
Noé gerou Sem, teve cinco filhos, que estenderam o seu domínio desde a Ásia, a partir
do rio Eufrates, até o oceano Índico. De Elão, o mais velho, vieram os
elameenses, e dele os persas tiveram a sua origem. Assur, o segundo, construiu
a cidade de Nínive e deu o nome de assírios aos seus súditos, os quais foram
extraordinariamente ricos e poderosos. Arfaxade, o terceiro, também chamou aos
seus pelo seu nome, isto é, arfaxadeenses, que são hoje os caldeus. De Arã, o
quarto, vieram os arameenses, aos quais os gregos chamam sírios, e de Lude, o
quinto, vieram os ludeenses, que hoje são chamados lídios.
Arã teve
quatro filhos, dos quais Uz, o mais velho, estabeleceu-se na Traconites e aí
construiu a cidade de Damasco, que está situada entre a Palestina
e a Síria, cognominada Coelem. Hul, o segundo, ocupou a Armênia. Geter, o
terceiro, foi príncipe dos bactrianos. E Más, o quarto, dominou os mesanianos,
cujo país hoje se chama o vale de Pasin. Arfaxade foi pai de Sala, e Sala, pai
de Éber, de cujo nome os judeus
foram
chamados hebreus. Éber teve um filho chamado Reú, Réu teve Serugue, Serugue
teve Naor e Naor teve Terá, pai de Abrãao, que assim foi o décimo desde Noé.Abraão
teve dois irmãos: Naor e Harã. Este morreu na cidade de Ur da
Caldéia, onde ainda hoje se vê o seu sepulcro, e deixou um filho de nome de Ló
e duas filhas: Sara e Milca. Abraão desposou Sara, e Naor desposou Milca.Terá,
pai de Abraão, tendo concebido aversão pela Caldéia, porque lá perdera
o filho Arã, deixou-a e foi com toda a família para Harã, na Mesopotâmia.Naor
teve de sua mulher, Milca, oito filhos: Uz, Buz, Quemuel, Quésede, Hazo,
Pildas, jidlafe e Betuel; de Reumá, sua concubina, teve
Teba, Gaã, Taás e Maaca. Betuel, que foi o último filho de Naor, teve um filho
de nome Labão e uma filha de nome Rebeca. Abraão,
não tendo filhos, adotou Ló, filho de seu irmão Arã e irmão de sua mulher,
Sara.É nesse
ponto genealógico que eu queria chegar, pois é em Abraão que praticamente
inicia-se a história do povo judeu.
Corria o ano 2140 (A.C.). Um homem inspirado chamado Abraão, habitante da
alta Mesopotâmia, abandonou a sua cidade natal e estabeleceu num país que lhe seria designado, fundando ali
um povo que seria cumulado de favores e objeto de especial predileção. Abraão
estabeleceu-se com seus rebanhos no país de Canaã. Seu poder patriarcal passou
a seu filho Isaac e deste para Jacob que depois o passou para seus doze filhos.
Um destes, chamado José, vendido como escravo ao Faraó, rei do Egito, soube
captar tal prestígio e autoridade, que chegou a ser vice-rei do Egito. Nesta
qualidade chamou seus irmãos e lhes entregou a terra de Goshen para que a
cultivassem e vivessem de seus produtos. Os israelitas tornaram-se tão
numerosos e fortes, que os reis do Egito, temerosos de sua importância, os
submeteram a dura escravidão, acabando por decretar a morte de todos os filhos
varãos que nasceram naquele povo. Porém Moisés, um desses meninos, jogado às
águas do Nilo, foi salvo pela filha do Faraó e educado na côrte do rei. Mais
tarde esse menino seria o libertador daquele povo e seu legislador.
Efetivamente, por decreto divino, Moisés organizou o grande êxodo dos
israelitas, que segundo a Bíblia foi de 600.000 homens. Em busca da terra
prometida atravessaram o golfo ocidental do Mar Vermelho e passaram 40 anos no
deserto experimentando todas as dificuldades da vida nômade. Ao pé do Monte
Sinai, Moisés deu aos israelitas o Decálogo, ou seja, os dez mandamentos,
supremo código moral da humanidade.
Antes de
morrer, Moisés nomeou como seu sucessor Josué, o qual, depois de atravessar o
Jordão e derrotar os inimigos que se opunham à sua marcha vitoriosa, distribuiu
as terras conquistadas entre as doze tribos. Josué foi sucedido pelos Juízes,
entre os quais Jefté, Sansão e a profetisa Débora, que nos legou um canto
lírico(+) de grande magnitude. O último dos juízes foi Samuel, que a
pedido do povo, mudou a forma de governo e instituiu a monarquia, nomeando Saul
como primeiro rei. Morto Saul, entre vitórias e derrotas, foi David ungido como
rei e a este sucedeu seu filho Salomão, o qual levou o país ao cume da
felicidade e causou a admiração de todo o Oriente e Ocidente por seu saber e
sua sagacidade.
Após a
morte de Salomão, seu reino foi dividido entre Roboão, seu filho, e Jeroboão,
seu adversário; o primeiro contava com duas tribos e o segundo com dez, tendo
havido entre eles uma luta constante. As nações vizinhas aproveitaram-se desta
discórdia para sua própria expansão e o povo de Israel perdeu assim o caráter
específico que lhe havia assegurado o rei Salomão.
Depois de
uns poucos anos de reinado, Roboão foi vencido, primeiro por Sisac, rei do
Egito, que tomou Jerusalém e se apoderou do Templo e dos tesouros reais, e
segundo por Nabucodonosor, rei da Babilônia.
Pelo
trono de Israel desfilaram então alguns reis indignos como Ahab, Joram, Jezebel
e Atalia. Todos estes acontecimentos foram prelúdios da grande derrota que
sofreu o povo hebreu ao cair em mãos de Senaquerib e Salmanasar, que o levaram
cativo para a Assíria. Começou assim o grande êxodo; os judeus choraram, se
desesperaram, procuraram consolo nas palavras dos profetas, e o judaísmo, como
já dissemos, ampliou seu campo. Já não era a religião do pequeno povo que vivia
à margem do Jordão. O Deus dos filhos de Israel, a quem estes haviam atraiçoado
e por isso sofriam o exílio, passou a ser, de Deus de um povo dolorido e
prostrado, o Deus de toda a humanidade. Os exilados haviam rompido o círculo do
nacionalismo e acercavam-se do universalismo; e quando por fim Ciro, destruído
já o império assírio, permitiu aos desterrados que voltassem a seu país, Esdras
e Nehemias trabalharam para formar novamente um povo, ao qual proporcionaram
uma moral mais elevada que a anterior.
A parte
da Palestina onde o povo emigrante se estabeleceu foi chamada Judéia e seus
moradores receberam o nome de judeus. Povoaram novamente as cidades e obtiveram
permissão para reconstruir o Templo e as muralhas de Jerusalém. A forma de
governo daquele novo Estado foi uma espécie de república teocrática.
O povo vivia
tranqüilamente, refazendo-se do abatimento de que havia sido vítima durante os
anos de cativeiro na Babilônia. No tempo dos selêucidas o povo judeu sofreu
muito novamente, pois estes soberanos o sobrecarregavam de impostos e o
perseguiram por sua religião.
Antíoco
Epífano mandou erigir uma estátua de Júpiter Olímpico no meio do Templo e fez
morrer muitos judeus que não quiseram abjurar de suas crenças ante essa
divindade. Surgiu então uma família cujos membros uniam a um grande talento
militar, notórios dotes de governantes. Foram os Macabeus. O primeiro deles que
resistiu aos decretos de Antíoco foi Matatías, que matou um oficial e por isso
viu-se obrigado a fugir para as montanhas seguido de um punhado de valentes.
Seu filho Judas Macabeu venceu os sírios em diversos encontros; entrou vencedor
em Jerusalém e restabeleceu o culto divino. Após a morte de Judas, seus irmãos Jonatan
e Simão continuaram sua obra, lutando pela liberdade de sua pátria, até obrigar
Antíoco a aceitar a paz.
O
judaísmo saiu vitorioso de seu choque com o helenismo. Conhecia-se sob este
nome a forma de civilização grega que, estando já a Grécia em decadência, foi
difundida pelo mundo asiático e egípcio por Alexandre Magno e especialmente por
seus sucessores. O helenismo difundiu-se também na Judéia, onde o sentido grego
da vida, mais superficial e cheio da formosura da natureza, havia entusiasmado
muitos judeus que, possuindo possivelmente tendências assimilacionistas muito
desenvolvidas, haviam começado a sentir o peso de sua doutrina mãe, demasiado
séria e de suas normas de vida muito severas.
Na Judéia
o helenismo foi combatido com armas pelos Macabeus e verbalmente pela obra
incansável e contínua dos sábios, os quais, com o correr dos séculos foram
substituindo os profetas. Enquanto os "hassidim", isto é, os puros,
os defensores dos Hashmoneus, se afastavam da visa política, surgiu um novo
partido, melhor dito uma nova seita: a dos saduceus. Estes, aferrados com vigor
ao sentido literal do código sacerdotal da Torá, não prestaram atenção e
rechaçaram a lei oral que ia se difundindo entre o povo por obra de outra
seita: os fariseus. Os fariseus representaram na época hashmonéa e mais tarde
na queda de Jerusalém o verdadeiro elemento salvador do judaísmo. Com efeito,
estabeleceram uma doutrina intermediária entre a dos saduceus, rígidos
sacerdotes que, apesar de seu sacerdócio dedicavam demasiado tempo à vida
mundana, e a dos essênios, que com seu ascetismo e sua vida contemplativa se
esqueciam da vida humana, de suas necessidades e suas desditas. Os fariseus,
por seguirem a lei oral, foram os iniciadores do vastíssimo trabalho que se
conhece com o nome de Mishná. Não se deve esquecer que as mais puras doutrinas
evangélicas, que são um compêndio das judías, surgiram não só dos círculos essênios,
como também dos fariseus; e que Jesus mesmo, assim como os primeiros judeus
conversos que se chamaram cristãos, tiveram relações amistosas com muitos dos
fariseus.
Porém,
enquanto os doutos sábios trabalhavam pelo desenvolvimento da moral do povo, a
política palestinense ia piorando de dia a dia. Uma espada mais pesada e mais
forte que a dos gregos, a de Roma, havia chegado ao Oriente. Os judeus, com
suas lutas religioso-filosóficas e com seu Deus, muito acima dos do Panteão
Romano, molestavam os imperadores que viam neles uma causa perene de tumultos.
E começou
a guerra judaica ou a manipulação judaica sobre todos os povos, utilizando
meios ocultos de manipulação midiático, financeiro, político, armamentista,
tecnológico, ciência e tudo que a sociedade utiliza para o avanço de qualquer
cultura.
Durante anos lutou-se na pequena Palestina;
durante muitos meses foram sitiados Jerusalém e seu santuário; e no ano 70
(D.C.) o imperador Tito conseguiu entrar na cidade: incendiou o templo e
assassinou e vendeu a maior parte de seus habitantes, começando assim para o
judeu sua vida errante.
Algumas
famílias imigraram para as regiões asiáticas; outras fixaram sua residência no
ocidente, enquanto os judeus de Alexandria, os já helenizados, continuaram
vivendo no mesmo ambiente e desenvolvendo sua cultura da maneira mais perfeita.
Enquanto
os exilados procuravam salvação em diversas terras e se preocupavam com sua
vida e seu trabalho, na Palestina continuava-se vivendo sob certa autonomia. Na
escola de Iavne, onde o rabi Johanan ben Zacai havia salvo o judaísmo,
formou-se uma academia e um tribunal supremo, cujo chefe chamava-se
"Nassí" (príncipe), nos quais foram se desenvolvendo as idéias para a
formação da Mishná primeiro, e do Talmud depois. Enquanto os sábios trabalhavam
sem descanso para eternizar o judaísmo, os homens que em sua vida diária mal
suportavam o jugo romano, encontraram um chefe e se rebelaram. Encabeçados por Bar-Cochba
e apoiados pelo sábio Aquiba, os judeus entregaram-se à luta. Lutaram
com todo o vigor, com toda a força que imprime nos músculos a visão da
liberdade que assoma nas consciências, mas a rebelião foi sufocada com grande
derrame de sangue, morrendo ambos os chefes como mártires de uma idéia que não
puderam chegar a converter em realidade.
Depois
desta derrota adormeceu por séculos o alento patriótico do povo judeu. Cada um
reclinou a cabeça e suportou sua desgraça limitando seu pensamento à vida
diária, deixando a seus rabinos e sábios o cuidado da Torá e do judaísmo.
Enquanto a falta de esperança, pior que o desespero, apoderava-se de cada
indivíduo, nas escolas da Palestina e da Babilônia os doutos, surdos aos apelos
da vida, continuavam compilando os livros que representariam no correr dos séculos
a salvação do judaísmo e do judeu. A Mishná, obra dos tanaístas, veio à luz no
século II, enquanto os amoraítas trabalhavam na compilação do Talmud.
Foi
sobretudo na Babilônia que os estudos alcançaram um desenvolvimento
excepcional. Com efeito, na Mesopotâmia o número de judeus ia aumentando
consideravelmente. As comunidades mais importantes, como as de Mahuza, Nehardea
e Pumbedita, eram sede de distintas academias.
Nomeou-se
um exilarca de procedência davídica como chefe do judaísmo babilônico. Mais tarde,
a autoridade do exilarca foi diminuindo e os verdadeiros guias foram os gaons,
chefes das distintas academias. Desta maneira a vida dos judeus transcorria num
feliz desterro, dedicada ao desenvolvimento cultural, filosófico e moral.
Na
diáspora romana, porém, as coisas não sucediam assim. No ano 350, ao subir
Constantino ao trono, começou contra o povo judeu uma política de coação,
atenuada no entanto nas regiões onde os judeus sujeitaram-se ao islamismo,
podendo desta forma dedicar-se tranqüilamente ao comércio, como em Bagdad,
Cairo e toda a Espanha muçulmana.
Assim, no
século IX houve comunidades judias no Cairo, Fez e Marrocos, enquanto na
Babilônia, uma vez conquistada a Pérsia pelos muçulmanos, vinha ocorrendo o
mesmo fenômeno. O povo judeu, portanto, pôde continuar seu desenvolvimento
cultural somente nos países muçulmanos, onde podia ter uma vida mais tranqüila,
igual aos outros povos, e dedicar-se a qualquer tarefa ou ocupação.
Em troca,
no mundo cristão, à medida que o cristianismo ia ganhando terreno no monopólio
das fontes de riqueza dos países do Ocidente, ia a influência judaica pouco a
pouco voltando ao estado de prostração em que esteve mergulhada nos últimos
tempos do império romano. Os judeus não podiam ter autoridade alguma sobre os cristãos;
eram afastados dos cargos públicos e eram privados dos direitos de cidadania
quando implicava em algum cargo de autoridade, como ter escravos, servos e até
criados domésticos.
Os
cristãos deviam evitar todo contato social com os judeus, os quais deveriam ter
uma marca ou distintivo em suas roupas ou em alguma parte visível do corpo.
Desta
maneira, os antigos hebreus e agora os judeus que eram um povo essencialmente
agrícola, sem aptidão especial e sem gosto pelo comércio, viram-se obrigados,
na sua qualidade de estrangeiros numa população urbana e de tráfico mercantil,
a mudar suas características de vida. A partir da época feudal,
especializaram-se cada vez mais no comércio e na medicina, que podiam exercer
pois lhes eram vedadas todas as outras profissões. O judeu, por causa das leis
canônicas, chegou a ser banqueiro por excelência, e "judeu" e
"banqueiro" tornaram-se vocábulos sinônimos. Desta maneira foram
criando tanto inimigos como credores e, ao despertar o espírito comercial
quando a submissão às leis canônicas foi decaindo ante o imperativo da luta
pela existência, o capitalista cristão perseguiu no judeu o competidor e
detentor de um monopólio produtivo.
Na
espanha, onde os judeus já viviam desde o século III (D.C.), a população
judaica aumentou notavelmente depois da batalha de Guadelete (711) como
conseqüência da invasão dos árabes, provavelmente por terem ficado ali grande
número de judeus que faziam parte dos exércitos muçulmanos. A situação dos
judeus melhorou, prosperaram e houve reis que tiveram médicos, astrônomos e
músicos judeus. Estes possuiam terras, tinham indústrias, faziam serviço
militar sem qualquer restrição, iguais aos outros cidadãos e em certas
jurisdições estavam no mesmo pé de igualdade com os fidalgos. Neste ambiente, os
judeus começaram a desenvolver na Espanha uma atividade cultural que é tida
como a "Idade de Ouro" da história judaica.
Durante 3
séculos o judaísmo floresceu em Granada, Córdoba, Sevilha, Saragosa, Barcelona,
etc., dedicando-se seus integrantes a produzir obras literárias, dando início
aos comentários sobre o Talmud,
que tornaram mais fácil a procura de qualquer dado. Com a ascenção da ciência
árabe, muitos judeus que também escreviam deste idioma começaram a ocupar-se da
filosofia. A cultura hebraica deu seus melhores frutos naquela época. Os
rabinos não tratavam apenas de obras religiosas, morais e filosóficas e sim de
todos os temas e argumentos. Assim guiado, o judeu ampliou sua missão; o homem
da sinagoga passou a ser homem do mundo, participava da vida pública, ajudava
os monarcas árabes em suas emprêsas e em sua política e mais tarde auxiliou
também os ingratos soberanos da Espanha a aumentar sua potência e a conquistar
um império. A par disto, homens de ciência e audazes navegantes judeus colaboraram nas façanhas que levaram os
portugueses para além do Cabo da Boa Esperança, até as Índias. Não obstante, os
judeus não esqueceram sua antiga pátria; com exceção de alguns que voltavam
para a Terra de Israel para ali terminar seus dias, os outros criaram raízes na
Espanha, vivendo ali como em sua antiga terra. De Sefarad, nome hebreu da
Espanha, derivou o nome "sefaradim", como se fizeram chamar os
judeus, pensando com isto conquistar sua tranqüilidade e seu lugar no mundo.
Mas não
foi assim. Repentinamente estalou um movimento anti-judeu e, numa quarta-feira
de cinzas de março de 1391, uma multidão turbulenta irrompeu no bairro judeu da
cidade de Sevilha. No dia 9 de junho, uma orgia de matança apoderou-se da
cidade. Dali o tumulto popular propagou-se a Córdoba, onde morreram dois mil
hebreus. Continuou avançando até Toledo, onde o populacho, em sinal de fé
cristã, marcou para a matança de judeus o dia 17 de Tamuz (20 de junho), em
cuja triste e vergonhosa jornada correram torrentes de sangue israelita pelas
ruas da cidade imperial, sem perdão de idade ou sexo. Sucederam terríveis
matanças em cerca de setenta comarcas. Poucos dias depois do massacre de
Toledo, o povo de Valência desafogava seu fanatismo contra os judeus,
esfaqueando os seus cinco mil e contagiando com seu furor as ilhas Baleares, em
cuja capital, Maiorca, cometeu-se toda sorte de atropelos, prelúdio da trágica
matança levada a cabo em Barcelona no dia 2 de agosto de 1391, na qual
pereceram onze mil judeus.
A partir
desta época, o judaísmo espanhol, cortado ao meio, arrastou uma vida apática
até que recebeu o golpe mortal com a Inquisição, fundada na Espanha em 1480. No
dia da conquista de Granada, assegurada graças ao apoio moral e material dos
judeus e que coroava a unidade espanhola e o triunfo da cruz, os reis Fernando
e Isabel, sob a influência de Torquemada, ordenaram a expulsão de todos os
judeus do território espanhol (31 de março de 1492). De 500 a 600 mil
infelizes, sem outra culpa que a de permanecer fiéis à religião e crença de
seus pais, tomaram o caminho do desterro, sendo este novo êxodo acompanhado de
terríveis sofrimentos e toda sorte de privações.
Em
Portugal, os judeus levavam, até então, uma vida relativamente calma, mas como
Manual, rei de Portugal, estava em boas relações com Fernando, o católico, do
qual iria tornar-se parente, e achando que em seu caráter de monarca absoluto
não ficaria mal a política absolutista de seu colega, proibiu aos fugitivos da
Espanha a entrada em seu reino. Muitos judeus da Espanha, assim como de
Portugal, emigraram para as Índias ou a países mais hospitaleiros como a
Itália, Turquia, Holanda, etc.
Na
itália, devido talvez a sua política, como atambém pela persistência das
tradições romanas e certa suavidade de costumes desse país, os judeus não
sofreram grandes contrariedades nem tiveram que emigrar. Não tardaram a entrar
no comércio e a ter negócios com outros países. Os judeus fugitivos da Espanha
e de Portugal acharam acolhida em vários estados italianos; porém também ali a
Inquisição acabou imediatamente com a liberdade que tinham e a maior parte
daqueles infelizes teve que tomar novamente o caminho do desterro. Foi em Roma
que a existência dos judeus sofreu misérias durante a revolução.
Na
França, os judeus viveram de uma maneira diferente. na sua maioria
comerciantes, havia também entre eles tesoureiros fiscais, marítimos e médicos.
Sob a dinastia dos Merovíngios começaram as perseguições. A situação melhorou
muito durante o período Carolíngio.
Com os
Capetos a vida judia tornou-se insuportável no norte da França. Apesar disto,
surgiu um vulto dentro do judaísmo francês da Idade Média - Rashi (rabi
Shelomo Itzhaqui) - em torno do qual se agruparam muitos discípulos. Nos fins
do século XII os judeus foram expulsos da França, mas continuaram vivendo ali,
mesmo sofrendo, até o século XIV.
Melhor
era sua situação no sul da França, em Provença. Por isso puderam dedicar-se aos
estudos e criaram escolas famosas, cultivando a filologia, a medicina, a
filosofia e a poesia. Há notícias de judeus na Provença até fins do século XV.
Desde então, até pouco antes da época de Napoleão, não existiu na França o
problema judeu, porque não havia judeus.
Na
Alemanha estabeleceram-se judeus desde tempos muito antigos. O primeiro
documento de uma comunidade judaica na Colônia data do ano 321. Até a época dos
últimos Carolíngios sua situação era muito boa. Floresceram escolas em Metz e
Maguncia, onde ensinou o célebre rabi Guershon ben Judá, chamado
"Luz da Diáspora". Quando começaram as Cruzadas e uma onda de
fanatismo se apoderou dos homens, caiu sobre os judeus a espada de Damocles.
Comunidades inteiras como as de Espira, Worms, Meguncia e Colônia foram
assassinadas. Mais tarde, ao estalar a Epidemia Negra, o cólera (1340-1351),
mais de 340 comunidades ficaram quase totalmente exterminadas.
Na
Áustria-Hungria, a história do povo judeu apresenta vicissitudes mais complexas
que em outras nações. Os reis magiares serviam-se dos judeus como preceptores,
tesoureiros e administradores de suas fazendas e de seus investimentos
industriais. Mesmo quando a Santa Sé romana interveio várias vezes para impedir
estas relações, os soberanos voltaram atrás depois de haver acatado
temporariamente as prescrições da cúria romana. os séculos XIV e XV foram
nefastos para os judeus austríacos. Durante o tempo em que o cólera açoitou aquelas
regiões, os judeus foram expulsos da Hungria e, ainda que os tenham chamado
depois, não recobraram jamais seu primitivo prestígio, não puderam mais ter
cargos públicos e foram obrigados a usar um capuz como distintivo de sua
religião. Em 1386, foram vítimas de ultrajes horrorosos em Praga e outras
cidades. A situação moral e material dos judeus da Áustria e Hungria melhorou,
todavia, graças aos esforços de Mardoqueu Meisel, o primeiro milionário alemão,
e de Lipman Heller, rabino de Viena.
Na Europa
oriental, os judeus haviam se estabelecido desde a destruição do primeiro
Templo. Na Polônia, eles chegaram por volta do século IX, procedentes da
Alemanha e Bohemia. Ali gozavam de uma hospitalidade liberal, crescendo
notavelmente a população judaica durante os dois séculos seguintes.
O duque
de Kalisz e de Guesen, assim como Casimiro, o Grande, outorgaram-lhes uma
liberdade ilimitada no comércio. Os judeus poloneses tinham por inimigos o
clero e os negociantes alemães, e, na Ucrânia e na Rússia pequena, além dos já
citados, tinham como inimigos os cossacos de rito grego, oprimidos pelos ricos
da Polônia, cujos intendentes eram judeus. O judaísmo desapareceu da Ucrânia e,
nas outras regiões, sofreu muito em virtude das prolongadas guerras entre
russos, suecos e polacos.
Na
Criméia e na costa do Mar Negro existiam algumas comunidades antes da era
cristã; para lá dirigiram-se muitos, depois da destruição do Templo.
Assim
difundiu-se o judaísmo nesses lugares e, devido à sua influência, registrou-se
a conversão do rei dos cuzares no ano 740 (D.C.). Muitos judeus do império
bizantino foram para lá mas, quando o reino cuzarí foi destruído (969), eles
emigraram para a Rússia, onde, até o século XV, parece que levaram uma vida
bastante tranqüila.
Na
Inglaterra havia judeus desde o século VII (D.C.), mas notícias exatas só há a
partir do século XI. Até o século XII a situação foi bastante boa, mas sob o
reinado de Ricardo Coração de Leão começou em Londres e noutras localidades uma
série de perseguições que se agravaram durante o reinado de João sem Terra. No
ano de 1264 houve uma verdadeira matança e, por um decreto do ano de 1290, os
judeus foram expulsos da Inglaterra, encontrando refúgio em Flandres, França,
Alemanha e Espanha setentrional.
Os judeus
da Ásia e da África que viviam nos países muçulmanos puderam gozar de certa
tranqüilidade durante um determinado período de tempo. Porém, depois da batalha
de Rodas (624), começaram nos territórios muçulmanos graves perseguições. Omar
expulsou-os da península arábica, admitindo-os novamente mais tarde.
Do
Judaísmo mesopotâmico já falamos.
Sob o
domínio árabe, foi muito importante o desenvolvimento do judaísmo egípcio,
sobretudo em Fostat, antigo nome do Cairo, capital do Egito.
Também em
outras localidades da África setentrional foram-se formando comunidades
judaicas muito importantes.
A
descrição da situação do judaísmo nos principais estados europeus até fins da
Idade Média é suficiente para se ter uma idéia de sua verdadeira orientação
político-social.
Os
judeus, que sob certos aspectos são considerados como um dos povos que tem
vivido mais recolhido dentro de si mesmo e que, apesar das perseguições,
conservaram incólume o esotérico de sua doutrina, viveram durante os tempos
medievais e uma parte da idade moderna encerrados numa espécie de círculo de
ferro chamado gueto.
A
Reforma, no que concerne aos judeus, tem sido erroneamente interpretada ao
afirmarem alguns autores que ela favoreceu a causa dos judeus. Depois dos dias
amargos que os fez passar o fundador do protestantismo, isto foi benéfico para
os israelitas, pois ao protestantismo deve-se o ressurgimento da crítica na sua
mais ampla acepção. Modificou em parte a psicologia dos povos ao promover um
maior interesse pelos estudos bíblicos, contribuindo assim para fazer luz sobre
o passado. Sob seu influxo, as lutas foram menos brutais. O próprio Lutero, que
não podia subtrair-se à instigação que em seu ânimo exerciam seus companheiros,
chegou a sentir uma profunda preocupação pelos judeus e, como já mencionamos,
tornou-lhes a vida muito sombria com seus escritos e suas publicações.
Vejamos
em continuação como foi a vida dos judeus nessa época de reformas e revoluções.
Voltaram
à França no século XVI com a anexação da Alsácia e Lorena e com a formação de
colônias de "Anussim" (judeus convertidos ao cristianismo à força) na
França meridional. A Revolução os encontrou na guarda nacional. A Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, ao estabelecer o princípio de liberdade
religiosa e de igualdade, produziu praticamente a emancipação dos judeus.
Napoleão, apoiando este movimento nos anos de 1806-1807, convocou em Paris o
grande Sanedrin.
Apesar da
ótima situação judeo-francesa e apesar de ter sido a França a primeira a
proclamar a liberdade dos judeus, ainda assim não pôde o francês eximir-se do
anti-semitismo. Um exemplo disto foi o célebre processo Dreyfus, que comoveu o
mundo inteiro e desencadeou, ao terminar, uma verdadeira onda anti-semita. Este
episódio teve sua repercussão, nos últimos tempos, manifestada na atitude do
governo de Vichy para com os judeus, desde o colapso da França em 1940. Com
esta atitude, o marechal Petain quis desforrar-se da afronta que o militarismo
francês sofreu com a reabilitação do capitão Dreyfus.
Apesar
destas raras convulsões no organismo social da França, os judeus franceses
continuaram desenvolvendo sua vida e sua cultura, e sempre o perseguido num
mundo inimigo olhou a França como um guia de liberdade e fraternidade. Nos
últimos tempos, por exemplo, figuravam no parlamento seis deputados e três
senadores judeus. Nas esferas intelectuais francesas contava-se com várias
personalidades proeminentes que gozavam de fama positiva. Esta era a situação
francesa na época da invasão alemã em 1940.
Na
Itália, na idade moderna, aos judeus já residentes ali foram-se agregando
muitos exilados da Espanha, Portugal, Alemanha e França. Os da Espanha
estabeleceram-se primeiramente na Itália meridional, donde foram expulsos por
Carlos V, no ano de 1541; os da França e da Alemanha instalaram-se na Itália
setentrional, no Estado pontifício. Até a época da Reforma, as condições de
vida foram bem boas, porém, com a contra-reforma, os judeus voltaram a ser
atacados. Julio III
proibiu o estudo do Talmud.
Os judeus
foram encerrados em guetos, excluídos de suas profissões e finalmente, em 1569,
expulsos de todas as cidades, menos Roma e Ancona. Em Toscana, Mantua, Ferrara
e Veneza a situação foi muito melhor. Na primeira destas cidades, por obra dos
judeus e "anusim" imigrados da Espanha, surgiu a comunidade de
Liorna.
Estas
situações permaneceram quase inalteráveis até a Revolução Francesa. No ano de
1848, começou a emancipação dos judeus em certas localidades e a mesma sorte
tiveram os que foram se agregando ao reino da Itália, gozando assim estas
comunidades judias de uma das melhores situações na Europa.
Nunca
estalou ali um movimento anti-semita e os judeus puderam ocupar posições
destacadas tanto no terreno político como no cultural. Muitíssimos foram os
professores universitários, os homens de ciência e os políticos. Contudo,
também a Itália, desde o ano de 1938, foi envolvida na onda racial anti-semita.
Porém, apesar de todas as restrições que os judeus italianos sofreram, a itália
representa ainda hoje um oásis de tranqüilidade no inferno nazista, porque o
italiano não é anti-semita por natureza e não sabe o que quer dizer ódio ao
judeu.
Na
Alemanha e na Áustria a época moderna caracteriza-se, no início, por uma grande
tranqüilidade para os judeus. Em Hamburgo, no século XVI, os "anusim"
puderam constituir uma comunidade importante; e em fins do século XVIII, também
na Alemanha, começou o movimento de emancipação conseguida na Áustria nos anos
de 1869-70.
Mas o
alemão carrega em si, desde séculos, o ódio ao judeu. Nos tempos medievais ele
matava em nome da cruz; hoje ele extermina em nome de um mito racial. O fato é
que sempre o alemão tem sede de sangue judeu e procura na história uma causa
para derramá-lo. E é por isso que, apesar da emancipação, ainda que o judeu
alemão haja dado à sua nova pátria o melhor de si mesmo e sua maior glória com
homens como Hertzl, Ehrlich, Eistein e Freud, o
alemão não pode eximir-se de seu anti-semitismo. A vida judaica na Alemanha e
na Áustria nunca teve o alento liberal que se podia respirar na França, na
Itália, na Inglaterra e na América. A emancipação foi praticamente uma palavra,
nunca um feito; tudo o que está acontecendo na Alemanha desde 1933, e nos
países dominados pelos nazis, não é mais que uma conseqüência atávica do ódio
profundamente arraigado nos corações teutões.
Na
Holanda, depois da expulsão da Espanha, foram-se formando distintas comunidades
judaicas, entre as quais celebrizou-se a de Amsterdam. Sua situação ali foi
sempre boa, conseguindo-se logo a emancipação. Até a invasão nazista em 1940
continuaram gozando de todos os seus direitos.
Na
Inglaterra os judeus foram admitidos novamente por Oliverio Cromwell no ano
1657, graças à intervenção de Menassé Ben Israel. Em 1685, um decreto de
Jacobo II declarava livre o culto hebreu e o exercício de suas práticas
religiosas. Em 1701, edificava-se em Londres a primeira sinagoga. Os judeus que
imigraram para a Inglaterra eram em parte sefaradim procedentes de Espanha e
Portugal e em parte ashquenazim procedentes da Alemanha.
Também aí a emancipação foi bem acolhida e, desde a segunda metade do século
XIX, a Inglaterra é um dos países onde os judeus encontram melhores condições
de vida e desenvolvem suas atividades tanto no terreno político como no
cultural. Não se deve olvidar qie o insigne ministro inglês Lord Beaconsfield, Benjamim
Disraeli, foi judeu, e que o grande químico que salvou a Inglaterra das
dificuldades da falta de combustíveis na guerra mundial de 1914-18 foi também
juedu, o Dr. Chaim Weizman, que seria mais tarde o primeiro presidente
do Estado de Israel.
Na
Polônia, nos séculos XVI e XVII, a população judia aumentou notavelmente,
chegando a seu máximo esplendor econômico, intelectual e espiritual. O judaísmo
sefaradi parecia ter-se apagado na vida difícil do desterro, mas a luz judaica
não está destinada a apagar-se. Na Europa oriental e central, os chamados
ahsquenazim de Ashquenaz, isto é, Alemanha - recolheram a luz de seus irmãos da
Espanha e começaram um importante trabalho intelectual.
Mais
aferrados à tradição e à religião, seus movimentos foram mais religiosos que
culturais. Por causa das perseguições e dos sofrimentos, difundiu-se entre eles
a crença da chegada imediata do Messias. Sabetaí Zevi, aproveitando
vantagens momentâneas, entusiasmou, para logo desiludir, as povoações judias da
Europa central e oriental.
Quando
este pensamento coletivo, que fêz brotar uma esperança salvadora, apagou-se, a
sonhada época messiânica e o falso Messias tiveram seu fim como conseqüência da
falta de lógica do pensamento que os gerou. Começou então outro movimento
místico-religioso: o hassidismo. Foi iniciado por Israel Baal Shem Tov;
a multidão deu-lhe prosseguimento e quase até nossos dias o hassidismo
continuava vivendo entre os judeus da Europa oriental.
Com o
século XVII terminou a vida tranqüila dos judeus na Polônia, iniciando-se as
perseguições, a matança e a escravidão moral. Sua condição na Polônia e na
Rússia, apesar de todas as emancipações, continuou sendo a mais triste de
todas; por isso o judeu polonês sempre considerou a emigração como o único meio
de salvação. Depois da 1ª Guerra Mundial, a situação aparentemente melhorada em
virtude da ação de Pilsudsky foi, na realidade, de inferioridade absoluta, e
hoje é muito doloroso falar dos judeus da Polônia, dizimados pelos modernos
bárbaros.
Na
Rússia, ao modificar-se em 1742 a lei que proibia aos judeus viver em
território russo, começou a imigração para lá e em 1804 obtiveram os judeus
algumas concessões, sendo porém confinados em determinadas regiões. Em 1840 O
Conselho de Estado adotou um processo para melhorar a situação judaica, mas em
1843, imputando aos judeus o exercício de contrabando, obrigaram-os a residir
em cidades distantes 50 verstas da fronteira. Em 1874 foi promulgada a lei de
serviço militar obrigatório; mas o anti-semitismo muito difundido produziu os
tristemente célebres "progroms", sendo particularmente grave o de
Kishinev. Pela melhora relativa em suas condições diárias de vida, os judeus
puderam desenvolver sua vida intelectual. Muitos são os homens de letras
judeo-russos que enriqueceram nossa literatura com suas obras. Durante a
revolução, os judeus obtiveram todos os direitos e o anti-semitismo é
considerado pelo governo dos soviets como um grave delito. É claro que a
religião foi perseguida, assim como as outras religiões, e o judeu russo não
sentiu diferença alguma do russo ortodoxo neste sentido; isto significa que
três milhões de judeus estão totalmente isolados do judaísmo.
Na
Rumania, a população judia aumentou muito no século XVII devido às imigrações
procedentes da Polônia e da Rússia. A emancipação teve ali muito pouco êxito e,
na realidade, a Rumania é a única nação cristã onde a tolerância religiosa não
encontrou guarita.
Persiste
ali, de certo modo, a influência da dominação russa, que infiltrou superstições
no povo. Ainda que a lei proteja todos os cultos, os israelitas tenham seus
templos e um deles, a sinagoga de Bucarest, seja notável como monumento, a
multidão atualmente segue a ortodoxia grega. Ultimamente os rumenos encontram
no nazismo um impulso para a perseguição aos judeus.
Na
Turquia, os judeus expulsos da Espanha foram bem acolhidos e sempre viveram bem
ali. As comunidades fundadas em Constantinopla, Esmirna e Salônica floresceram
cada vez mais. No século XVII os judeus do império turco tomaram parte no
movimento messiânico de Sabetai Zevi. Em geral, a vida dos judeus turcos foi
tranqüila e como tal continua até hoje.
Na
América, o judaísmo começou com a chegada dos primeiros judeus da Espanha que
vieram em companhia de Colombo. Desde então foi aumentando a imigração judaica
para as duas Américas. Em 1665 constituiu-se em Nova Iorque a primeira
comunidade israelita. Em 1790 a constituição dos Estados Unidos estabeleceu a
liberdade de religiões e, mais tarde, em princípios do século XIX, a igualdade
de direitos. A imigração da Europa Oriental aumentou depois que o Barão Maurício
Hirsch (1831-93) fundou a Jewish Colonization Association (J. C. A.) que
estabeleceu colônias na Argentina para os perseguidos da Rússia e da Polônia.
Na
realidade, pode-se afirmar que a condição dos judeus em toda a América é
atualmente a melhor do mundo.
Por fim, não percam a parte II, na qual será
abordado sobre a cronologia da História Judaica.
Até breve meus leitores.
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