Eu queria ter nascido num lugar
Que a saudade me obrigasse a voltar
Mas como não nasci,
Saudade nenhuma existirá
Eu nasci em uma selva de pedras
Chamada de cidade moderna
Cidade essa, jamais pode ser comparada
Com uma fazenda da era moderna
Viver longe da cidade moderna
Faz muito sentido
Sem ela o som da carruagem moderna
Não penetra em nosso ouvido
Na cidade moderna tudo é diferente
Desde o ar que respiramos
Ao materialismo dialético
Não existe o ser, pois o ter te escraviza
O formato das casas nos morros são frutos
De um sistema selvagem
Não possuem nada de admirável
De admirável só as pessoas dali
Que ainda lutam por dias melhores
Sem se preocupar com o ter
Apenas são em sua forma simples de ser
Na cidade moderna a desigualdade
É tão visível quanto o sol que rasga o horizonte
Do campo da fazenda moderna
Na cidade moderna ouvimos as carruagens
Vemos também pessoas andando de um lado para o outro
Iguais a gados de um pasto sem ser verdejantes
No quintal criamos uns cimentos
No mercado colhemos de forma cara
Nossos vegetais e nosso frutos
Que com muito suor chegou em nossas mesas
Quando a noite chega
O medo também chega
Com ele a indústria ganha dinheiro
E nós ganhamos despesa
Assistimos o filme da vida
Que passa na TV
Que de ficção não tem nada
Pois são tão reais que até a tela fica vermelha
Vamos tocando a vida pra frente
Trabalhando em nossa nação
Sem orgulho pois temos que dizer
Bicho da selva de pedras por obrigação temos que ser
Bicho do mato quero ser,
Mas querer não é poder
Mentalizei sem saber
Em breve tornarei a ser.
O texto acima é uma adaptação minha, tendo como base a música do meu amigo e compositor Gino Bianco, a música original você poderá conferir no vídeo abaixo:
BICHO DO MATO
Essa música nos faz refletir o quão simples a vida deve ser para que a verdadeira felicidade passe a existir.
Ser ou ter?
O melhor é “ser” bicho do mato do que bicho da selva de pedras, pois o último sempre busca o “ter”. A vida é simples e é nós que a tornamos tão complexa.
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